22 de set. de 2010

Preconceito Linguístico

 A palavra 'preconceito' vem da junção, pré = prévio + conceito, o que significa conceito prévio, anterior ao conhecimento de algo.
 Um grande número de pessoas, criam preconceitos contra outras pessoas, baseando-se no sotaque e na maneira de pronunciar as letras.
 As diferenças regionais no Brasil são grandes, e o que muita gente não sabe é que não são "erradas", mas sim, variantes linguísticos.
 Por exemplo: a letra 'e' na palavra beber é pronunciada, na primeira sílaba, com o som aberto 'é', pelas pessoas nascidas na região Nordeste, e com o som fechado 'ê', principalmente pelas pessoas nascidas na região Sudeste/Sul.
 Nos dicionários, ao contrário que muitos pensam, encontramos a descrição das formas faladas no Nordeste.
 Mas será que alguém pode ser julgado pela maneira de pronunciar as palavras?

Preconceito linguístico é o deboche, a sátira, ou a não-tolerancia em relação ao modo de falar das pessoas.

O português que aprendemos na escola, é chamado português padrão, cujas regras de composição são definidas pela gramática. Mas o fato é que a língua falada é muito mais viva e flexível do que as regras escritas em livros. Portanto, língua falada e língua escrita são coisas totalmente diferentes.

Interessante: Quando Rui Barbosa, (Salvador, 5/11/1849 - Petrópolis 01/03/1923), foi convidado a discursar em uma conferência internacional, disse, com uma voz preciosa ao microfone: "Senhores, devo falar em inglês mesmo, em português, ou a minha língua?" Talvez, por curiosidade ou falta de credibilidade da comissão palestrante, responderam que Rui Barbosa poderia ficar à vontade e falar em sua própria língua.
 Rui Barbosa, elegante e soberbo em sua propriedade, diz todo seu discurso em Tupi-Guaraní.
Ficou a lição: jamais teremos uma língua exatamente oficial, nossa história é única.

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